Saúde Digital: Possibilidades e Desafios Para a Transformação do Setor

Nos últimos anos, o uso da tecnologia blockchain na área da saúde – também conhecida como Digital Health – tem se tornado cada vez mais relevante. De 20 a 23 de junho, este será um dos temas em destaque no evento Blockchain SP, que acontecerá na Universidade de São Paulo (USP). Vamos explorar as possibilidades e desafios deste campo fascinante.

A Tecnologia Blockchain

A primeira coisa que muitas pessoas associam ao termo “blockchain” são as criptomoedas, especialmente o Bitcoin. Embora a tecnologia blockchain seja a base dos ativos digitais, ela também tem muitas outras aplicações, especialmente na área da saúde.

Em termos simples, o blockchain é uma cadeia de blocos descentralizada, na qual cada bloco contém uma informação única. A adição de um novo bloco (ou seja, uma nova informação) requer validação por consenso da maioria dos participantes da cadeia. Isso torna a tecnologia blockchain muito segura e resistente a alterações nos dados.

Uma das aplicações mais interessantes do blockchain na saúde é o desenvolvimento de prontuários eletrônicos e carteiras digitais de saúde mais seguros. Hoje, hospitais, laboratórios e consultórios médicos utilizam diferentes sistemas de prontuários eletrônicos, muitos dos quais são centralizados e, portanto, mais vulneráveis a invasões e adulterações.

Com o blockchain, essas informações de saúde podem ser armazenadas em uma rede descentralizada, tornando-as muito mais seguras. Por exemplo, empresas como a Patientory, Medibloc e Medicalchain já estão desenvolvendo soluções de saúde baseadas em blockchain.

Os contratos inteligentes, que são transações ou validações automáticas feitas de acordo com regras pré-definidas e validadas na cadeia de blocos, são outra aplicação do blockchain na saúde. Eles podem ser usados, por exemplo, para automatizar a relação entre seguradoras de saúde e provedores de serviços médicos, como hospitais e laboratórios, tornando o processo mais rápido, eficiente e seguro.

Cadeia de Suprimentos na Saúde

A tecnologia blockchain também pode ser útil na rastreabilidade da cadeia de suprimentos do setor de saúde. Por exemplo, a indústria farmacêutica pode usar o blockchain para rastrear e monitorar seus produtos de maneira eficaz e segura, desde a produção até o consumidor final. Empresas como a Blockpharma e a Chronicled estão desenvolvendo soluções nesse sentido.

Apesar de todas essas possibilidades, ainda existem desafios a serem superados para que o uso do blockchain na saúde se torne mais comum. A experiência do usuário, por exemplo, ainda precisa ser melhorada. Além disso, o custo das transações em blockchain pode ser alto, o que pode tornar algumas operações inviáveis. No entanto, soluções como o uso de tokens de segunda camada podem ajudar a resolver esse problema.

O uso do blockchain na área da saúde tem o potencial de tornar o setor mais seguro, eficiente e confiável. É uma área em constante evolução e que promete trazer muitas novidades no futuro. No evento Blockchain SP, que acontecerá na USP de 20 a 23 de junho, este será um dos temas em destaque. Não perca!